quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Resenha: Dragões de Éter - Corações de Neve






Título: Dragões de Éter: Vol. 2
Subtítulo: Corações de Neve
Autor: Raphael Draccon
Páginas: 498
Editora: Leya
Ano: 2009



O que dizer do segundo volume da trilogia Dragões de Éter? Corações de Neve é muito diferente em relação ao seu antecessor (Caçadores de Bruxas).
A trama recomeça alguns meses após os acontecimentos fatídicos do primeiro livro: Anísio sucede ao pai Primo como rei de Arzallum, Axel se prepara para o grande torneio de pugilismo, e o relacionamento entre João e Ariane amadurece.  
Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.
Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão.
Branca coração-de-neve
E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.
E o mundo mudará. Mais uma vez. 
Tenho quer confessar que criei uma grande expectativa para Corações de Neve, eu espera encontrar uma história ou algo agradável nesse livro... mas o que li foi algo variável.
O que analisei foi que o primeiro livro tinha um certo equilíbrio no desenvolvimento da histórias e de seus personagens, neste segundo volume vejo maior evolução dos personagens em prejuízo com um ritmo da história. Os personagens chaves do primeiro livro estão de volta: Anísio e Axel Branford, João e Maria Hanson, Ariane Narin, Snail Galford e Liriel Gabbiani. Mas com espaço de sobra para serem explorados, deixando certos pontos em aberto. No entanto, muitos outros personagens que são introduzidos à trama, como Ruggiero, Ferrabrás e Robert de Locksley.
Raphael Draccon usa “reflexão espiritual” em sua obra, algo profundo que o leitor vai percebendo no decorrer do livro, isso não atrapalha a obra, pelo contrario favorece a escrita do autor deixando o livro com ar de encanto e qualidade.  Outra contra partida são os diálogos com o leitor, que muitas vezes pode ser agradável, pois os diálogos com o leitor são com muito menos freqüência do que na obra anterior. Draccon cria certas situações com os personagens que são tão realistas que da certo conforto para o leitor estar presente na cena descrita.
As cenas de luta de pugilismo foram muito bem descritas e emocionantes, porém o autor peca em ficar praticamente 50% do livro descrevendo o torneio de pugilismo, acho que o leitor entendeu que Draccon ama o esporte, mas vamos com calma, tudo que é exagerado demais pode ser tornar doentio ou azucrinante. Outro ponto negativo é o habito continuo e incomodativo de Raphael anunciar o que vai acontecer em seguida na obra, isso é de decepcionar o leitor.
Ariane
O que realmente gostei foi à ousadia do autor, que por sinal deu certo em contar a trama em um ambiente mais Juvenil e adolescente, pois vemos em alguns casos certos situações com personagens que já aconteceu com conosco, seja por brigar com os pais por privacidade como Ariane, com por ter discussão com pai por fazer coisas erradas, sabe os conflitos da passagem da infância para a adolescência, a história foca-se bastante nos personagens mais jovens e no relacionamento entre eles, certos trechos que realmente parecem ser direcionados ao público bem juvenil; acho interessante essa diversidade na história, alternando entre algo mais simples e juvenil, e algo mais maduro e sombrio.
Neste segundo volume da serie Dragões de Éter, o leitor tem papel fundamental na história, pois ele -o leitor- tem que fazer grande esforço para imaginar certas descrições não abundantes feitas pelo autor, tanto dos personagens quanto dos cenários. O autor apenas pincela alguns detalhes e deixa que a própria imaginação do leitor se encarregue do resto, o que tem seu lado positivo, já que a história, como é muito grande, que torna-se mais objetiva e menos lenta; mesmo assim algumas passagens poderiam ter sido mais detalhadas.
Sobre a edição do livro, fiquei em meio termo, pois o padrão do livro continuou em relação ao primeiro, contudo erros de revisão, que alguns por sinal foi até bobos estão presente nesse livro, para mim não é algo que incomoda, deixo até passar despercebido. Agora o que senti falta nessa edição foi o mapa que não está presente no segundo volume, pois é muito chato ficar pegando a todo o momento o primeiro volume para ver o mapa, afinal não vai ser a todo o momento da leitura que o leitor ira ter o primeiro livro nas mãos, por isso seria bom o mapa também ter sido impresso nesse volume.
Axel e seu amigo troll
Corações de Neve tem capítulos maiores, assim evitando cortar a cada minuto lido para um novo personagem. Foram poucos e a ansiedade para saber o que iria acontecer em seguida só funcionou algumas vezes, exceto no final da história cujo clímax possui a mesma narrativa frenética que era freqüente no primeiro livro. Amadurecimento é o que diz respeito aos protagonistas do livro, pois é o que fazem no decorrer da narrativa, de forma mais ou menos brusca e violenta, que algumas vezes deixar o leitor um tanto surpreso. Mas é isso, o segundo livro foi diferente e cheio de surpresas, que lá perto do final da história resgata alguns imprevisíveis detalhes do primeiro volume e a trama da história ganha uma nova cara e sentido.
As referências aos contos de fadas e a outras mitologias estão muito mais fortes nesse segundo volume. A história é bem desenvolvida, com várias reviravoltas durante a trama, mas que no começo nos leva a acreditar que será uma leitura muito empolgante, mas ao desenrolar do enredo ela vai ficando cada vez mais maçante.
Draccon continua com seu estilo leve, com certa sutileza que pode ser facilmente lido, mesclando um vocabulário simples, contudo é muito mais rico que o primeiro livro com frases fáceis, curtas e com sentido.
As descrições são muito melhores do que em sua primeira obra, tornando a leitura mais prazerosa e rica. Porém o autor aborda muitos assuntos ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo, se prende muito no campeonato de pugilismo. Isso acaba tornando a leitura muitas vezes cansativa. 
Concluindo: “Corações de Neve” é uma evolução na história e no estilo de escrita de Draccon, o segundo livro ate surpreende, mas não e nada comparado ao primeiro livro que para mim é o melhor livro ate agora, apesar disso tenho grandes expectativas para o terceiro volume Círculos de Chuvas.
Sem falar que o texto das páginas 494 e 495 é incrível realmente muito emocionante, de fazer nós leitores refletir sobre o mundo em que vivemos. 
Nota: 4
Erick França

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