quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Resenha: Espíritos de Gelo





Título: Espíritos de Gelo
Autor:  Raphael Draccon
Editora:  Leya
Número de páginas:  176
Ano:  2011



Olá queridos leitores, depois de 2 meses de “Hiato”, sem escrever nenhuma resenha, finalmente voltei.

O escritor Raphael Draccon sempre arranja um jeito de prender seus leitores em suas tramas, em Espíritos de Gelo isso não é diferente!
Um homem acorda acorrentado com os braços para cima em uma sala escura, com dois torturadores vestidos com detalhes masoquistas ao lado e um interrogador baixinho, vestido com roupas sociais e uma camisa surrada do Black Sabbath. Eles o informam que ele acordou em uma banheira sem um rim e sofreu um choque amnésico, que o impede de lembrar os detalhes. Assim sendo, eles partem do princípio de que outros choques traumáticos podem desbloquear essas memórias, se necessários. E se iniciam as piores partes. O livro faz referências à lenda urbana da banheira de gelo, às lendas ao redor da história do rock’n roll e até às motivações e psicologia ao redor da criação de lendas urbanas.
Espíritos de Gelo é um livro pequeno com 176 paginas, escrito por Raphael Draccon e narrado em primeira pessoa, nas primeiras paginas o leitor e dominado pela trama cheia de flashes do passado do personagem, que precisa resgatar memórias que ele mesmo faz questão de esquecer, para isso ele é torturado por um interrogador baixinho com quem mantém um diálogo frenético.
O que o leitor não pode fazer na leitura desse livro é perder o foco, pois ha uma trama que se instiga a continuar a ler e descobrir o que realmente esta acontecendo, para o protagonista estar em tal situação extrema. Infelizmente não tem aquele suspense de arrepiar e de deixar com medo ou supresso. Entretanto Draccon não poupa palavras ao descrever cenas extremamente torturantes (que me lembrou torturas da época da ditadura militar), e apimentar certas lembranças do personagem com cenas eróticas com varias mulheres. Muitas vezes o livro é muito repetitivo, falando somente de sexo, sexo e sexo, mas que o ato sexual tem um principio e uma virtude, um estilo de vida (não sei explicar direito, melhor você ler o livro para entendê-lo); talvez por isso o final possa ser bastante complexo para alguns leitores, ou ate mesmo alguns leitores possam achar que o livro se resume a sexo.
O autor mostra que sabe fazer seu trabalho direito, escrevendo super bem, com uma redimia estilística, que mesclam efeitos como sons aos trechos do livro e um vocabulário bem coloquial e a trama é cheia daqueles cortes estratégicos que te fazem querer ler o próximo capítulo.
Os pontos negativos ficam pelo excesso de referencia pop, o que quebra bastante o clima de suspense da trama, deixando algumas partes apelativas e clichê. Outra coisa que pode decepcionar e acabar com a expectativa do leitor é justamente o fato de o livro vender algo que ele não é; tipo um conto de terror eletrizante, cheio de referências a lendas urbanas, e tudo o mais que esta contida na sinopse do livro.
Ponto positivo seria o fato de Draccon querer inovar sua trama e não nomear o protagonista, criando um personagem característico e simbólico que simplesmente deseja sair de uma situação problemática e tortuosa para viver uma vida cheia de prazer e essência do sexo. Sem falar que Draccon continua escrevendo com seu jeito próprio e especial, nos induzindo em uma história cheia de fleshbacks que nos deixa curioso pelo final, mesclando passado e presente de maneira contínua, revelando ao seu leitor a figura da real personalidade de seu protagonista e também suas experiências de vida.
Então é isso um livro de leitura super rápida e prazerosa, que é capaz de dividir o leitor, ou gosta, ou, não gosta e ponto final. Falando em final, o livro apresenta um final legal com uma pegada meio Neil Gaiman, autor que Raphel Draccon admira muito.
E isso, parabéns para Draccon que fez uma história bem estruturada, com um conjunto bem amarrado ao termino da trama, que prende o leitor em certos momentos em um enredo mais do que interessante.
Estou ansioso para ler seu novo trabalho, Fios de Prata. 
Nota:4

Erick França 

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